O Brasil está buscando alternativas sustentáveis de geração de energia, apesar de sua matriz energética ser ampla e considerada limpa, composta por hidroelétricas, parques eólicos, e geração de energia solar em expansão, bem como Angra I e II, nossas usinas nucleares.
Fontes de energia o que são quais os tipos e impactos na natureza - Exame 05.12.2023
O fato de serem "limpas" não significa que são livres de problemas e polêmicas ambientais, sejam por deslocamento de populações e fauna, em projetos elétricos que provocam grandes barragens e alagamentos, sejam pelos ruídos e desconforto causados por turbinas eólicas, que concentradas em campos e próximas a propriedades e casas, tem gerado adoecimento de pessoas e animais, são exemplos de impactos ambientais, sem falar dos riscos de vazamentos em reatores nucleares.
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Acidente com Césio 137 em Goiás - Foto reprodução |
Cápsula encontrada. - Diga Não as Termonucleares 01.05.2012
O país já vivenciou incidentes e situações que exigem mais atenção da sociedade, o caso do roubo e vazamento de Césio 137 em Goiás, no final da década de 80 (em 1987), é um exemplo ruim, assim como o roubo de um veículo com material radioativo, e embalagens de transporte no Rio, mostram falhas ou necessidades de maior controle das autoridades, sob uso e movimentação de isótopos e materiais radioativos, algo que representa riscos reais e presentes, da mesma forma que incidentes ocasionais em Angra, ou potencialmente em uma dos reatores de testes acadêmicos ou militares, de projetos em curso em algumas partes do Brasil.
Recentemente o governo brasileiro anunciou as intenções e possíveis acordos com a Rússia, para expansão do uso e pesquisas na área de geração e aproveitamento de energia atômica, inclusive com uma proposta de desenvolvimento de reatores "pequenos" ou de baixa capacidade, com benefícios ao país e ganhos tecnológicos fundamentais a outros segmentos, como aeroespacial, indústria naval, produção de fármacos e estudos acadêmicos, além da capacitação profissionais, etc.
Mas a pergunta que não quer calar vem de pronto, estamos preparados para os riscos adicionais que o crescimento e dispersão geográfica do uso de tecnologia nuclear representa e trás para sociedade brasileira? Existem equipes de controle de danos e combate aos efeitos, ativas, equipadas, em números suficiente, capacitadas e prontas a dar mais segurança aos processos e pessoas, para além de Angra dos Reis e de projetos da Marinha do Brasil? E tais projetos não aumentam riscos que exigem mais discussão? Riscos inclusive de ações de grupos criminosos e outros, explorando possíveis fragilidades se ocorrer um crescimento de locais sensíveis, de produção, armazenamento, ou descarte de elementos radioativos e contaminados, desproporcionais aos meios e estruturas de controle, prevenção, proteção e distribuição, sob comando ou responsabilidade do Estado e governos? É algo que a sociedade tem pouco conhecimento, é pouco transparente e é urgente um debate apropriado, nas instâncias adequadas, nos meios científicos, Congresso ou reguladoras.
O Brasil deve e pode buscar desenvolvimento, mas a temática precisa ser alvo de atenção e debates, para bem de todos e segurança nas ações, que no Brasil ou em outros países, geram apreensão, ou danos e fatos ruins concretos.
Fukushima, Fukushima, Fukushima. - Diga Não as Termonucleares - 13.09.2013
Explosão provoca morte e medo de acidente. - Diga Não as Termonucleares 14.09.2011