sexta-feira, 21 de junho de 2019

Dúvidas sobre o Irã

Muitos em todo o mundo tem se preocupado com a tensão na Ásia entorno da antiga nação persa, principalmente pelo potencial de uma guerra muito danosa e que se espalhe pela região, envolvendo outros.


Os EUA abandonaram no ano de 2018, o acordo (JCPOA) que mantinha as atividades nucleares iranianas sobre controle internacional, e tuteladas pelas nações desenvolvidas da Europa Ocidental, Rússia e China além do próprio Estados Unidos. A decisão de Trump de sair do acordo e impor restrições ao Irã, tem sido condenada por líderes mundiais, pois todos esforços e garantias de menos riscos nucleares na região, estão seriamente ameaçados, no mínimo.



Apesar das intervenções e pronunciamentos, ou ações limitadas, das outras partes do acordo internacional, o Irã por força das circunstâncias,  tem dado sinais de que não vai permanecer dentro dos limites, uma vez que além de ver o acordo rompido pelos americanos, sofre pesada pressão econômica, especialmente sobre suas exportações de petróleo e movimentações financeiras internacionais, supostamente como afirmam os mesmos, por uma chantagem dos EUA, que deseja estabelecer controles para além dos riscos das atividades nucleares iranianas, mas também para reduzir sua capacidade de desenvolvimento, autodeterminação e liberdade, a pretextos de um novo acordo que inclua o programa de misseis (que o Irã afirma ser para defesa de seu território), e sua influência regional sobre países vizinhos, e povos de mesma religião que o Irã, que os americanos e Israel veem com restrições e desconfianças.




Neste contexto, percebe-se que todo o trabalho para evitar que o Irã não enriquecesse urânio em nível elevado de pureza, e pudesse desenvolver armas nucleares, ou extrapolar o uso para fins pacíficos, foi posto de lado, e parece ser menos urgente para os americanos, uma vez que são  estes que forçam a reação iraniana, e a nova retórica de rompimento dos limites de produção de material físsil (combustível), e aumentam a instabilidade com possibilidade de crises graves e mesmo um conflito, envolvendo diversos atores, e criando problemas ainda piores do que os já vistos na Síria e Líbia.  É algo que não se justifica, ainda que os EUA continuem a demonizar os iranianos, pois está clara a presença americana ameaçando territórios longe de suas fronteiras.



Guarda Revolucionária do Irã divulga foto do que alega ser destroços do drone americano Foto: TASNIM NEWS AGENCY / REUTERS
Guarda Revolucionária do Irã divulga foto do que alega ser destroços do drone americano Foto: TASNIM NEWS AGENCY / REUTERS - Reproduzida do sítio O Globo

Quem acredita que as condições do acordo podem mudar, com os americanos impondo novas restrições  aos iranianos, não está fazendo uma leitura histórica da sociedade e política do Irã, e não percebem que a exemplo do que se tentou fazer a Coréia do Norte em crise semelhante, não funcionou de fato, e com riscos ainda mais sérios de uma guerra generalizada, com crises e repercussões mundiais, para além da região.

Irã abate drone militar dos EUA - Terra 21.06.2019

Coreia do Norte culpa os EUA pelo fracasso do encontro em Hanói e põe em dúvida diálogo entre os dois países - G1 24.05.2019


Governo da Coreia do Norte divulgou foto que mostra teste de seu sistema de mísseis ocorrido na quinta-feira (9)  — Foto: Agência Coreana Central de Notícias/Korea News Service via AP
Governo da Coreia do Norte divulgou foto que mostra teste de seu sistema de mísseis ocorrido na quinta-feira (9) — Foto: Agência Coreana Central de Notícias/Korea News Service via AP - Reproduzida do sítio G1


Vale mesmo à pena esvaziar e inviabilizar o acordo nuclear, o JCPOA?