Enquanto o Brasil completa 30 anos de uso da energia nuclear, como alternativa para geração e distribuição de energia elétrica, com as atividades de Angra I interligada ao sistema em abril de 1982.
Pergunta-se, qual deve ser o rumo do Brasil em relação ao uso de energia nuclear?
Para o Governo Federal trata-se de uma alternativa essencial ao país. Mas será que para a população brasileira está posição é a mais adequada?
Será que estamos prontos para arcar com os riscos e os danos que podem trazer ao meio ambiente e a vida, possíveis desastres ou vazamento de material nuclear, sejam eles em atividades de geração de energia elétrica a partir da energia atômica, ou oriundos de outras formas de uso desta forma de energia, e até mesmo de armazenamento ou deposição de material radioativo.
Em várias partes do mundo a exemplo da Alemanha, após o acidente de Fukushima no Japão, esta forma de encarar o uso da energia nuclear (como indispensável), vem se alterando acentuadamente.
No Brasil uma pesquisa realizada em abril/2011, logo após o acidente no Japão, aponta para uma forte rejeição pela população no que diz respeito ao uso de reatores nucleares para a produção de energia, conforme divulga o Estadão.
Maioria é contra energia nuclear no Brasil, diz pesquisa - Estadao 19.04.2011
Mesmo diante de uma reação negativa da maioria da população e considerando os diversos fins de utilização de material radioativo, não só vinculados a atividade de geração de energia, no Brasil já há 3 mil instalações em funcionamento que de alguma forma fazem uso de materiais radioativos.
Informações adicionais em Energia Nuclear no Brasil - Biodieselbr.com
Não se tem uma visão clara de como e o quanto estão preparados os organismos responsáveis no Brasil, no tocante a fiscalizar o uso adequado de tais instalações ou de como lidar com situações de desastres envolvendo material radioativo.
Num passado não muito distante, vimos que as autoridades brasileiras cometeram muitas falhas, sobre tudo com a fiscalização do uso de fontes de emissão radioativa, que culminaram numa tragédia com 04 mortos (quase imediata ou em poucas semanas) e centenas de pessoas expostas a contaminação radioativa no incidente em Goiás, em setembro de 1987.
HISTÓRIA DO ACIDENTE RADIOATIVO DE GOIÂNIA - Secretaria de Saúde de Goiás
Ao que nos parece, não estamos devidamente preparado para todos os riscos inerentes ao uso da energia nuclear, não somente por questões como as de Goiânia ou pelos diversos incidentes nas usinas no Rio de Janeiro, a maioria cercados de desinformação.
Mas principalmente pela ausência de estruturas de estado adequadas a situações de emergência, percebíveis inclusive quando ocorrem eventos naturais, o que nos leva a pensar que para incidentes mais graves envolvendo material radioativo, as faltas e as falhas de tais estruturas não seriam diferentes.
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