segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mais um exemplo de negligência pública.

Material radioativo roubado no RJ pode matar, diz especialista - G1 30.04

Imagem caixa metálica  (Foto: Divulgação/Arc Test)
Foto divulgada nesta segunda mostra caixa metálica similar
à roubada (Foto: Divulgação/ArcTest)
No último dia 25, publicamos um texto alusivo aos 30 anos de uso da energia termonuclear no Brasil, onde chamamos a atenção de todos para os riscos e até citamos o acidente com Césio 137 em Goiânia em 1987.

Também alertamos sobre as evidências de que a pouca e inadequada fiscalização sobre o uso de materiais radioativos no Brasil, e que poderíamos não estar preparados para novos incidentes/acidentes envolvendo fontes emissoras de radiação.

Lamentavelmente o Brasil assiste a mais uma evidência de que estávamos certos sobre nossos questionamentos, corremos o risco de ver ocorrer novo acidente nos moldes de 1987, quando pessoas desavisadas tentaram e violaram uma capsula de elemento radioativa roubada de uma clínica abandonada e vendida em um ferro-velho, provocando mortes e contaminação em muitas pessoas, além de outros danos.

Agora um carro conduzindo uma capsula de Selênio radioativo foi roubado no RJ, e o risco de que seja violada e liberado o material radioativo é real.  Pergunta-se então, em que condições era transportado o material? Será que as questões relativas a segurança no manuseio, armazenamento e transporte de elementos radioativos no Brasil não estão sendo negligenciadas pelos agentes reguladores, CNEN, pelo Governo Federal e seus órgãos de segurança?

Até quando vamos estar expostos a tais acontecimentos?  Que Deus proteja a todos nós.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Brasil, 30 anos das termonucleares!

Enquanto o Brasil completa 30 anos de uso da energia nuclear, como alternativa para geração e distribuição de energia elétrica, com  as atividades de Angra I interligada ao sistema em abril de 1982.

Pergunta-se, qual deve ser o rumo do Brasil em relação ao uso de energia nuclear?

Para o Governo Federal trata-se de uma alternativa essencial ao país.  Mas será que para a população brasileira está posição é a mais adequada?

Será que estamos prontos para arcar com os riscos e os danos que podem trazer ao meio ambiente e a vida, possíveis desastres ou vazamento de material nuclear, sejam eles em atividades de geração de energia elétrica a partir da energia atômica, ou oriundos de outras formas de uso desta forma de energia, e até mesmo de armazenamento ou deposição de material radioativo.

Em várias partes do mundo a exemplo da Alemanha, após o acidente de Fukushima no Japão, esta forma de encarar o uso da energia nuclear (como indispensável), vem se alterando acentuadamente.

No Brasil uma pesquisa realizada em abril/2011, logo após o acidente no Japão, aponta para uma forte rejeição pela população no que diz respeito ao uso de reatores nucleares para a produção de energia, conforme divulga o Estadão.

Maioria é contra energia nuclear no Brasil, diz pesquisa - Estadao 19.04.2011 

Mesmo diante de uma reação negativa da maioria da população e considerando os diversos fins de utilização de material radioativo, não só vinculados a atividade de geração de energia, no Brasil já há 3 mil instalações em funcionamento que de alguma forma fazem uso de materiais radioativos.

Informações adicionais em Energia Nuclear no Brasil - Biodieselbr.com

Não se tem uma visão clara de como e o quanto estão preparados os organismos responsáveis no Brasil,  no tocante a fiscalizar o uso adequado de tais instalações ou de como lidar com situações de desastres envolvendo material radioativo.

Num passado não muito distante, vimos que as autoridades brasileiras cometeram muitas falhas, sobre tudo com a fiscalização do uso de fontes de emissão radioativa, que culminaram numa tragédia com 04 mortos (quase imediata ou em poucas semanas) e centenas de pessoas expostas a contaminação radioativa no incidente em Goiás, em setembro de 1987.

HISTÓRIA DO ACIDENTE RADIOATIVO DE GOIÂNIA - Secretaria de Saúde de Goiás

Ao que nos parece, não estamos devidamente preparado para todos os riscos inerentes ao uso da energia nuclear, não somente por questões como as de Goiânia ou pelos diversos incidentes nas usinas no Rio de Janeiro, a maioria cercados de desinformação.

Mas principalmente pela ausência de estruturas de estado adequadas a situações de emergência, percebíveis inclusive quando ocorrem eventos naturais, o que nos leva a pensar que para incidentes mais graves envolvendo material radioativo, as faltas e as falhas de tais estruturas não seriam diferentes.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Loucura à chinesa

Apesar da crescente onda de insatisfação mundial com o uso da energia nuclear, em especial na geração de energia, a China anuncia que pretende construir 40 centrais termonucleares.

Na contra-mão da história é mais um ato de insensatez protagonizado desta vez pelos chineses, que buscam a via mais fácil em detrimento de outras possíveis fontes de energia alternativas.

China planeja construir 40 centrais nucleares apesar do ocorrido em Fukushima - EFE 03.04.2012