domingo, 1 de junho de 2025

E os riscos?

O Brasil está buscando alternativas sustentáveis de geração de energia, apesar de sua matriz energética ser ampla e considerada limpa, composta por hidroelétricas, parques eólicos, e geração de energia solar em expansão, bem como Angra I e II, nossas usinas  nucleares. 


Saiba quais são os principais impactos ambientais causados pelas fontes de energia - Pensamento Verde 02.08.2024

Fontes de energia o que são quais os tipos e impactos na natureza - Exame 05.12.2023


O fato de serem "limpas" não significa que são livres de problemas e polêmicas ambientais, sejam por deslocamento de populações e fauna, em projetos elétricos que provocam grandes barragens e alagamentos, sejam pelos ruídos e desconforto causados por turbinas eólicas, que concentradas em campos e próximas a propriedades e casas, tem gerado adoecimento de pessoas e animais, são exemplos de impactos ambientais, sem falar dos riscos de vazamentos em reatores nucleares.


Acidente com Césio 137 em Goiás - Foto reprodução

Césio-137 maior acidente radiológico da história aconteceu em Goiás e afetou mais de mil pessoas relembre. - G1 06.07.2023

Cápsula encontrada. - Diga Não as Termonucleares 01.05.2012


O país já vivenciou incidentes e situações que exigem mais atenção da sociedade, o caso do roubo e vazamento de Césio 137 em Goiás, no final da década de 80 (em 1987),  é um exemplo ruim, assim como o roubo de um veículo com material radioativo, e embalagens de transporte no Rio, mostram falhas ou necessidades de maior controle das autoridades, sob uso e movimentação de isótopos e materiais radioativos, algo que representa riscos reais e presentes, da mesma forma que incidentes ocasionais em Angra, ou potencialmente em uma dos reatores de testes acadêmicos ou militares, de projetos em curso em algumas partes do Brasil.


Estatal russa Rosatom negocia com Brasil cooperação em usinas nucleares de baixa capacidade - Brasil 247 11.05.2025


Recentemente o governo brasileiro anunciou as intenções e possíveis acordos com a Rússia, para expansão do uso e pesquisas na área de geração e aproveitamento de energia atômica, inclusive com uma proposta de desenvolvimento de reatores "pequenos" ou de baixa capacidade, com benefícios ao país e ganhos tecnológicos fundamentais a outros segmentos, como aeroespacial, indústria naval, produção de fármacos e estudos acadêmicos, além da capacitação profissionais, etc.  

Mas a pergunta que não quer calar vem de pronto, estamos preparados para os riscos adicionais que o crescimento e dispersão geográfica do uso de tecnologia nuclear representa e trás para sociedade brasileira? Existem equipes de controle de danos e combate aos efeitos, ativas, equipadas, em números suficiente, capacitadas e prontas a dar mais segurança aos processos e pessoas, para além de Angra dos Reis e de projetos da Marinha do Brasil? E tais projetos não aumentam riscos que exigem mais discussão? Riscos inclusive de ações de grupos criminosos e outros, explorando possíveis fragilidades se ocorrer um crescimento de locais sensíveis, de produção, armazenamento, ou descarte de elementos radioativos e contaminados, desproporcionais aos meios e estruturas de controle, prevenção, proteção e distribuição, sob comando  ou responsabilidade do Estado e governos?  É algo que a sociedade tem pouco conhecimento, é pouco transparente e é  urgente um debate apropriado, nas instâncias adequadas, nos meios científicos, Congresso ou reguladoras.

O Brasil deve e pode buscar desenvolvimento, mas a temática precisa ser alvo de atenção e debates, para bem de todos e segurança nas ações, que no Brasil ou em outros países, geram apreensão, ou danos e fatos ruins concretos.


Fukushima, Fukushima, Fukushima. - Diga Não as Termonucleares - 13.09.2013

Explosão provoca morte e medo de acidente. - Diga Não as Termonucleares 14.09.2011