Num momento de difícil relações, ocidente passa da conta e pressiona os russos em suas fronteiras, com um jogo de dissimulações que se estende por cerca de uma década no mínimo. As investidas da OTAN e dos EUA para atrair a Ucrânia para o bloco e a influência dos aliados europeus, tirou a Rússia do equilíbrio, e Putin cumpre o que havia prometido, numa ação armada em território ucraniano, que nos últimos dias tem gerado ainda mais apreensões, apesar dos riscos evidentes dos bombardeios e mísseis russos, em sua estratégia de cerco a Ucrânia.
Civis sofrem e morrem em meio as disputas e jogos políticos que envolvem os governos beligerantes, a OTAN, e os principais países da Europa e principalmente os Estados Unidos. O conflito evolui e pode se transformar em uma guerra generalizada e como avisam os russos, uma 3ª Guerra Mundial será com armas atômicas e todos perdem.
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As ações russas apesar de baixas civis ucranianas, estão focadas em alvos militares e num estratagema de desmontes das estruturas de governos e militares, para enfraquecer a Ucrânia, levando-os por consequência a fazer acordo com os russos e a substituição de atores locais, com mudanças nas iniciativas expansionistas da OTAN em direção ao leste.
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O problema nuclear é algo sério, seja pelo risco de um conflito nuclear em face de um erro de cálculo, ou uma tensão maior com os países da zona de influência da OTAN a exemplo da Polônia e Romênia, ou por um maior tempo de conflito e retaliações em face da disposição de países como Alemanha e Itália, que estão a fornecer armas para conflito (a Itália aliás, não produz armas nucleares mais guarda na verdade cerca de 50 bombas nucleares americana em seu país, segundo estimam especialistas). Razão pela qual o temor russo quanto as suas fronteiras e ameaças de armas da OTAN e EUA são em parte justificáveis.
Prédio administrartivo danificado no complexo da usina nuclear de Zaporizhzhia. na Ucrânia 04/03/2022 Serviço de Imprensa da Companhia Nacional de Geração de Energia Nuclear Energoatom/Divulgação via REUTERS - Imagem reproduzida do sítio CNN Brasil |
Nós não estamos falando em países que não se envolveram em guerras e episódios de destruições recentes, dentre os atores diríamos que indiretos, EUA (tem uma lista enorme de ataques a países na Ásia, África, mesmo Europa e América Latina) tem milhares e milhares de mortes civis em suas "intervenções" mundo à fora, fazem poucos dias bombardearam territórios da Síria e Somália, o mesmo podemos dizer de Reino Unido, França ou Itália, só pra citar alguns e em operações realizadas no Afeganistão, Líbia, Iraque, ou Síria, e sob a bandeira da OTAN também como na Bósnia e Kosovo, na antiga Iugoslávia. Também a Rússia é eventualmente um ator beligerante, e a Ucrânia tem suas máculas na região de Donbass.
Há mais problemas nas pretensões russas e em sua estratégia, o cerco envolve claramente uma dominação e controle sobre usinas nucleares, o que já se concretizou em certo grau, com a tomada da antiga usina de Chernobyl (que já há dias está sobre controle russo, desde 24.02), e agora mediante combates diretos os russos tomaram controle da maior usina nuclear da Europa, a Usina de Zaporizhzhia, onde supostos disparos de armas pesadas ocorreram gerando um incêndio (algo que os russos desmentem, reafirmando que desde 28.02 tem o controle da área por meio de negociações).
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Esse aspecto reforça a ideia de que com o controle da infraestrutura e das rotas de abastecimento, ou do fornecimento de energia, trará aos russos enorme controle sobre o governo da Ucrânia, a Usina de Zaporizhzhia produz 25% da energia que atende a população ucraniana, e já há informações que os russos estão próximos a ter o controle da 2ª maior usina também, algo que pode ser fruto da guerra midiática e talvez para assombrar o mundo e ampliar escalada do conflito (numa suposta ameaça russa com acidente nuclear provável). A situação nos front's não são claras e as partes envolvidas fazem uma guerra de informações, potencializadas no ocidente pela imprensa simpática aos ucranianos e aos EUA e aliados europeus, nos seus esforços concentrados para parar a Rússia, sem tanta preocupação com a verdade ou coerência de ação.
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Mas o temor de um efeito desastroso e de um incidente nuclear também incomodam os russos, não apenas por conta das armas da OTAN e dos EUA na Europa, que seriam bem mais do que se estimam, ou por decorrência de um efeito colateral das intervenções nas usinas nucleares durante o conflito, pois os russos afirmam que a Ucrânia estaria desenvolvendo uma bomba atômica em sigilo, e que tal fato era de conhecimento dos EUA, algo sério que precisa ser considerado, ou verificar se não é mais um factoide da guerra de mídias em curso.
O que há de fato é que está em curso um jogo de poder muito perigoso e envolve muitos atores além da Rússia e dos ucranianos, e para este conflito ter fim, todos devem colaborar para paz e resolução dos problemas diplomaticamente, caso contrário não sabemos de fato onde iremos parar.