Há em curso um conflito de peso, envolvendo o uso de energia nuclear para fins de geração de energia ou pesquisas médicas, por parte de países que ainda não são auto suficientes em relação a tecnologias necessárias.
A questão diz respeito a limitações impostas por tratados internacionais, a exemplos dos adotados pela AIEA, e que envolvem algumas nações que caminham para avanços na obtenção de conhecimento tecnológico e na produção de material radioativo. Onde o foco é controlar e limitar pesquisas e a capacidade de refino e produção de material físsil, que possam posteriormente serem usados com fins militares (especificamente para criação de armas).
Neste momento o Irã está no centro de uma discussão que envolve a agência e diversos países como EUA, França, Inglaterra e Israel, etc. O temor destes é que o Irã esteja desviando-se do uso civil para aplicar a tecnologia nuclear que desenvolve, para a produção de uma bomba nucelar. Isto gerou um conflito potencial e os temores tem se alastrado.
O controle e a limitação dos projetos nucleares é bem vindo! Incomoda apenas o fato destes se aplicarem aos países que ainda não tem um programa nuclear avançado, enquanto outros que já se desenvolveram a exemplo de Israel (que sequer aderiu a qualquer tratado de não proliferação de armas na AIEA), ainda não permitem acompanhamento de seus programas nucleares ou não apresentaram propostas de erradicação de armas nucleares.
Irã diz estar em contato com potências mas União Europeia nega - Reuters 18.01.2012
Apesar das medidas recentes pelo governo do Japão, lembramos que há uma série de questionamentos sobre possíveis negligências ou omissões criminosas, relativas a segurança na geração de energia a partir de reatores sobre o controle da Tokio Energy Power e
que criam dúvidas consistentes sobre a responsabilidade dos governos e a eficiência de acordos internacionais no que refere a acompanhamento e atuação junto aos países desenvolvidos, quando o assunto é energia nuclear e autodeterminação.
Veja matéria em Hora do Povo: Caos nuclear no Japão: corrupção e incompetência da Tepco e da GE :
Já uma consulta à ficha corrida da Tokio Energy Power revela que em 2002 a cúpula da corporação japonesa teve de se demitir, após o escândalo da ocultação de mais de 200 acidentes, o que obrigou ao fechamento, para revisão, dos 17 reatores que tinha então. Apenas em 2005 a Tokio Energy conseguiu autorização para repô-los em operação. Em 2008, a corporação teve de confessar que, além dos 200 acidentes do escândalo de 2002, havia outros 3.372 relatórios fraudados e ocultações – ou, como classificou - “incidentes impróprios”, de acordo com a “Bloomberg”. Inclusive um caso de acidente crítico em 1978. Naturalmente as fraudes e falhas na segurança serviam para evitar despesas e manter lucros em alta, enquanto os japoneses pagavam uma das tarifas mais altas do planeta.
Recentemente o Japão anunciou que limitará a vida útil de reatores, mas isto não é suficiente para suprimir o temor de novos acidentes nucleares a médio prazo.
Japão limitará vida útil de reatores a 60 anos - Reueters 18.01.2012